sábado, 18 de dezembro de 2010
domingo, 28 de novembro de 2010
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
*NEW* Westwood - Akala & MC Marechal freestyle 1Xtra
terça-feira, 12 de outubro de 2010
SWU - maquiagem pra pseudo politizados.
domingo, 3 de outubro de 2010
A vida se faz nos entreatos
Este jornal teve uma atitude que considero digna: explicitou aos leitores que apoia o candidato Serra na presente eleição. Fica assim mais honesta a discussão que se faz em suas páginas. O debate eleitoral que nos conduzirá às urnas amanhã está acirrado. Eleitores se declaram exaustos e desiludidos com o vale-tudo que marcou a disputa pela Presidência da República. As campanhas, transformadas em espetáculo televisivo, não convencem mais ninguém. Apesar disso, alguma coisa importante está em jogo este ano. Parece até que temos luta de classes no Brasil: esta que muitos acreditam ter sido soterrada pelos últimos tijolos do Muro de Berlim. Na TV a briga é maquiada, mas na internet o jogo é duro.
Se o povão das chamadas classes D e E - os que vivem nos grotões perdidos do interior do Brasil - tivesse acesso à internet, talvez se revoltasse contra as inúmeras correntes de mensagens que desqualificam seus votos. O argumento já é familiar ao leitor: os votos dos pobres a favor da continuidade das políticas sociais implantadas durante oito anos de governo Lula não valem tanto quanto os nossos. Não são expressão consciente de vontade política. Teriam sido comprados ao preço do que parte da oposição chama de bolsa-esmola.
Uma dessas correntes chegou à minha caixa postal vinda de diversos destinatários. Reproduzia a denúncia feita por "uma prima" do autor, residente em Fortaleza. A denunciante, indignada com a indolência dos trabalhadores não qualificados de sua cidade, queixava-se de que ninguém mais queria ocupar a vaga de porteiro do prédio onde mora. Os candidatos naturais ao emprego preferiam viver na moleza, com o dinheiro da Bolsa-Família. Ora, essa. A que ponto chegamos. Não se fazem mais pés de chinelo como antigamente. Onde foram parar os verdadeiros humildes de quem o patronato cordial tanto gostava, capazes de trabalhar bem mais que as oito horas regulamentares por uma miséria? Sim, porque é curioso que ninguém tenha questionado o valor do salário oferecido pelo condomínio da capital cearense. A troca do emprego pela Bolsa-Família só seria vantajosa para os supostos espertalhões, preguiçosos e aproveitadores se o salário oferecido fosse inconstitucional: mais baixo do que metade do mínimo. R$ 200 é o valor máximo a que chega a soma de todos os benefícios do governo para quem tem mais de três filhos, com a condição de mantê-los na escola.
Outra denúncia indignada que corre pela internet é a de que na cidade do interior do Piauí onde vivem os parentes da empregada de algum paulistano, todos os moradores vivem do dinheiro dos programas do governo. Se for verdade, é estarrecedor imaginar do que viviam antes disso. Passava-se fome, na certa, como no assustador Garapa, filme de José Padilha. Passava-se fome todos os dias. Continuam pobres as famílias abaixo da classe C que hoje recebem a bolsa, somada ao dinheirinho de alguma aposentadoria. Só que agora comem. Alguns já conseguem até produzir e vender para outros que também começaram a comprar o que comer. O economista Paul Singer informa que, nas cidades pequenas, essa pouca entrada de dinheiro tem um efeito surpreendente sobre a economia local. A Bolsa-Família, acreditem se quiserem, proporciona as condições de consumo capazes de gerar empregos. O voto da turma da "esmolinha" é político e revela consciência de classe recém-adquirida.
O Brasil mudou nesse ponto. Mas ao contrário do que pensam os indignados da internet, mudou para melhor. Se até pouco tempo alguns empregadores costumavam contratar, por menos de um salário mínimo, pessoas sem alternativa de trabalho e sem consciência de seus direitos, hoje não é tão fácil encontrar quem aceite trabalhar nessas condições. Vale mais tentar a vida a partir da Bolsa-Família, que apesar de modesta, reduziu de 12% para 4,8% a faixa de população em estado de pobreza extrema. Será que o leitor paulistano tem ideia de quanto é preciso ser pobre, para sair dessa faixa por uma diferença de R$ 200? Quando o Estado começa a garantir alguns direitos mínimos à população, esta se politiza e passa a exigir que eles sejam cumpridos. Um amigo chamou esse efeito de "acumulação primitiva de democracia".
Mas parece que o voto dessa gente ainda desperta o argumento de que os brasileiros, como na inesquecível observação de Pelé, não estão preparados para votar. Nem todos, é claro. Depois do segundo turno de 2006, o sociólogo Hélio Jaguaribe escreveu que os 60% de brasileiros que votaram em Lula teriam levado em conta apenas seus próprios interesses, enquanto os outros 40% de supostos eleitores instruídos pensavam nos interesses do País. Jaguaribe só não explicou como foi possível que o Brasil, dirigido pela elite instruída que se preocupava com os interesses de todos, tenha chegado ao terceiro milênio contando com 60% de sua população tão inculta a ponto de seu voto ser desqualificado como pouco republicano.
Agora que os mais pobres conseguiram levantar a cabeça acima da linha da mendicância e da dependência das relações de favor que sempre caracterizaram as políticas locais pelo interior do País, dizem que votar em causa própria não vale. Quando, pela primeira vez, os sem-cidadania conquistaram direitos mínimos que desejam preservar pela via democrática, parte dos cidadãos que se consideram classe A vem a público desqualificar a seriedade de seus votos.
sábado, 24 de julho de 2010
Hoje bebemoro meus 30 anos na Soul Baby Soul com The Bangarang Sound System! Som de Preto all night long pra todo gosto!
Te Vejo Pelas Ruas!
domingo, 18 de julho de 2010
Extratos de outras vidas binárias
"Querido diário": Vinho quente, mandadine vodka, frango com cravos e laranja, omelete 2 queijos, chocookie, e friooooo por todo o final de semana e até uma letra nova. Nada disso se justifica se não for com ela. Acho que estou apaixonado pela minha esposa rs!
quinta-feira, 1 de julho de 2010
segunda-feira, 28 de junho de 2010
sábado, 26 de junho de 2010
Mais do mestre wilson das neves...
O dia em que o morro descer e não for carnaval
ninguém vai ficar pra assistir o desfile final
na entrada rajada de fogos pra quem nunca viu
vai ser de escopeta, metralha, granada e fuzil
(é a guerra civil)
No dia em que o morro descer e não for carnaval
não vai nem dar tempo de ter o ensaio geral
e cada uma ala da escola será uma quadrilha
a evolução já vai ser de guerrilha
e a alegoria um tremendo arsenal
o tema do enredo vai ser a cidade partida
no dia em que o couro comer na avenida
se o morro descer e não for carnaval
O povo virá de cortiço, alagado e favela
mostrando a miséria sobre a passarela
sem a fantasia que sai no jornal
vai ser uma única escola, uma só bateria
quem vai ser jurado? Ninguém gostaria
que desfile assim não vai ter nada igual
Não tem órgão oficial, nem governo, nem Liga
nem autoridade que compre essa briga
ninguém sabe a força desse pessoal
melhor é o Poder devolver à esse povo a alegria
senão todo mundo vai sambar no dia
em que o morro descer e não for carnaval
sexta-feira, 18 de junho de 2010
Papai quando eu crescer eu quero ser porteiro cantor...
quinta-feira, 10 de junho de 2010
Família.
sexta-feira, 4 de junho de 2010
Showzin! Agora!
sábado, 29 de maio de 2010
Collective Soul
quinta-feira, 27 de maio de 2010
Como se precisasse...
Precisa de desculpa pra ir num bar? Se precisar, vê se acha uma na lista abaixo:
1. Se você não beber aquela cerveja, alguém mais o fará. E você não quer ser responsável por embriagar outro ser humano.
2. A indústria cervejeira emprega 1.7 milhões de pessoas e elas dependem do lucro da venda de cerveja para continuarem vivendo.
3. Esta pode ser a única noite em que sua alma gêmea irá entrar naquele bar.
4. Sem o seu brilhantismo e charme a vida dos garçons seria muito entediante.
5. O garçom depende da gorjeta para alimentar os filhos. Faça sua parte, ajude uma criança a comer bem.
6. O bar comprou cadeiras novas e você está empenhado em amaciá-las para os outros fregueses.
7. Pode apostar que em algum lugar do mundo, hoje é dia de comemorar alguma coisa..
8. Este universo é infinito e vastíssimo. Você é tão insignificante e pequeno que não vale a pena estar sóbrio.
9. Se você não beber, amanhã você acordará animado, cheio de energia e todo elétrico procurando o que fazer. Cara, você NÃO é um esquilo, então porque se comportar como um?.
10. Seus amigos não podem se divertir se você não for.
11. Seus amigos podem se divertir mais se você não for – e isso é injusto.
12. Você tem consciência social e quer ajudar o mendigo que cata latinhas vazias a poder melhorar de vida oferecendo a cota diária dele em apenas duas horas.
13. Alguém pode aparecer no bar te procurando. É melhor você estar lá.
14. Você está sob muito stress ultimamente e se não beber acabará cometendo algum ato impensável que somente sóbrios fariam.
15. Se você beber, um de seus amigos terá que ficar sóbrio para dirigir e assim você evita que ele se entregue ao péssimo hábito da bebida..
16. Você precisa ver se aquela garçonete nova é capaz de servir você tão rápido quanto a antiga.
17. Não tem nada interessante passando na tv (a não ser que sexo seja uma opção).
18. Se você não for ao bar acabará fazendo alguma tarefa em casa e não terá o que fazer amanhã de noite.
19. Você está sozinho em casa e ninguém irá aparecer ali com a cerveja.
20. Em uma experiência estatística você precisa descobrir quais são as probabilidades de acordar novamente nu naquele quarto de hotel do outro lado da cidade.
21. Você teve um sonho no qual uma garrafa de cerveja te mostrava o sentido da vida. Vá verificar se é verdade.
22. Quando você for escrever sua biografia você terá coisas interessantes para contar. Se você puder lembrar delas.
23. Al-Qaeda proíbe o consumo de bebida. E desde quando você vai ficar levando ordens da Al-Qaeda?
24. Use o existencialismo: A vida é uma tempestade de merda e a bebida é o único guarda-chuva que não é furado..
25. Você não tem nada melhor pra fazer hoje ( a não ser que sexo seja uma opção).
26. Você pode conhecer alguma pessoa no bar que faça com que sexo seja uma opção.
27. Você precisa usar mais o seu plano de saúde – afinal, você está pagando não é?.
28. Sempre quis saber como é a sensação de tomar glicose na veia de madrugada num posto de saúde.
29. Quando seus colegas perguntarem na segunda feira o que você fez no fim de semana, você precisa ter algo para contar que começe com a frase “Caaaara… nem te conto, foi sinistro!”
30. Lembra daquele seu sonho de infância de encontrar uma herdeira de uma cervejaria milionária e passar o resto da vida passeando pelo mundo e curtindo a vida? Você acha que isso vai acontecer sentado dentro de casa assistindo novela na sala?
Te vejo pelos Bares!
sábado, 22 de maio de 2010
sexta-feira, 21 de maio de 2010
Final de Semana é isso aew!
quinta-feira, 20 de maio de 2010
sábado, 15 de maio de 2010
Um pouco de talento e blogs por aew.
sexta-feira, 14 de maio de 2010
Liquidificalouca
quarta-feira, 12 de maio de 2010
Dunga e a CBF. Que escalação.
"Antes que me acusem de "corneteiro", "gato-mestre" ou alcunhas similares, quero deixar claro: a seleção treinada por Dunga é eficiente e tem chances reais de voltar da África do Sul com o caneco. Julio Cesar é um goleiro fantástico, Maicon e Daniel Alves são os melhores laterais da atualidade, a dupla de zaga formada por Lúcio e Juan alia experiência, vigor, técnica e colocação, Elano fez boas atuações com a amarelinha, Kaká é um baita jogador e a dupla de ataque formada por Robinho e Luís Fabiano é de bom nível.
Isto posto, vamos ao assunto central: a convocação feita por Dunga é um prêmio à mediocridade, à falta de imaginação e reflete a teimosia travestida de "coerência" de um personagem conservador, arrogante e que posa de "rebelde" pra imprensa ao mesmo tempo em que esbanja subserviência ao comando da CBF.
É evidente que, para o torcedor em geral, um título mascara os questionamentos ao trabalho. Mas cá entre nós, analisando objetivamente o trabalho de Dunga, é impossível engolir as críticas ao escrete do treinador canarinho.
Pra começar, o time brasileiro não tem banco de reservas. Esse é o maior erro da convocação do Dunga: os 23 selecionados não lhe dão alternativas táticas. Se o Brasil estiver em dificuldades, o que fazer para mudar o jogo? Colocar em campo Grafite, Kleberson e Julio Baptista?
O primeiro, centroavante de força física e boa colocação, não joga metade da bola que o questionado Adriano, mesmo às turras com a balança e incapaz de separar-se do copo. A média de gols de Adriano, no primeiro semestre de 2010 (quando houve uma enorme queda no seu rendimento) é superior à média dos 4 atacantes convocados por Dunga.
No meio campo a situação é pior: o irregular Kleberson é um Elano piorado, com a vantagem de jogar pelos dois lados; e o apenas correto Julio Baptista, substituto de Kaká, é absolutamente incapaz de protagonizar a jogada que define uma partida, aquele lampejo de criatividade que só os jogadores acima da média executam.
Além disso, os volantes convocados fizeram, com exceção de Ramires, temporadas pavorosas em clubes medianos. Gilberto Silva joga no "poderoso" futebol grego, Felipe Mello colecionou fiascos na Juve e Josué dispensa comentários.
Por último, a lateral esquerda: Michel Bastos e Gilberto. O primeiro, uma espécie de meia direita avançado no Lyon (posição parecida com a de Messi no Barça, na temporada passada), o segundo atuando como camisa 10 do Cruzeiro. Se a posição, de fato, é carente de alternativas, me parece que Dunga tinha alternativas melhores.
O fato é que a chamada coerência de Dunga não dialoga com a realidade do futebol. Não é coerente convocar um jogador mediano que é reserva em seu clube, como Julio Baptista, e deixar em casa o jovem Ganso e o experiente Ronaldinho Gaúcho, ambos capazes de, em uma jogada, decidir uma partida. Se, de fato, não temos como garantir que Ganso suportaria a pressão de um Mundial e que Gaúcho se apresentaria interessado e em forma, é inegável que não dá pra depender do Julio Baptista.
Tão pouco é coerente convocar 3 volantes de pouca técnica e em má fase quando temos alternativas melhores. Tiago Motta é titularíssimo da Inter de Milão, Lucas é das poucas coisas que se salvaram na temporada medíocre do Liverpool, Renato é titular absoluto do Sevilla há anos, Elias é o motor do Corinthians... dá até pena comparar o meio campo brasileiro ao espanhol, formado por Xabi Alonso, Fábregas, Xavi, Iniesta e Silva.
Dunga perdeu uma excelente oportunidade de surpreender positivamente quem gosta de futebol. Pode até ganhar o título, mas seu time, moldado à imagem e semelhança da burocrática seleção de 94 (mas desprovido do talento de Bebeto e Romário!), não empolga ninguém. Se coerência é uma virtude, a teimosia é uma grande burrice.
PS: Não vou falar de Doni. Beira as raias do absurdo a convocação de um goleiro brasileiro que nunca se destacou em clube algum e que é reserva de OUTRO BRASILEIRO! Se Julio Cesar se machucar e Doni assumir, no auge da forma técnica de quem não vê a cor da bola sem ser em um treino há meses, Dunga periga voltar da África do Sul diretamente pro elenco da Turma do Didi..."
segunda-feira, 10 de maio de 2010
quarta-feira, 5 de maio de 2010
amargo.
domingo, 25 de abril de 2010
Love love me do!
sexta-feira, 23 de abril de 2010
Viradão Cultural Carioca.
terça-feira, 20 de abril de 2010
Enquanto isso o menino Brasil entra na adolescência...
segunda-feira, 19 de abril de 2010
pra dormir com Jah
sábado, 17 de abril de 2010
Criatividade, Recorte, Inspiração, Ressonância. Um post curto em palavras mas grande no peito.
Pra justificar minha indinplência literária acabei topando com um trecho de um poema no Blog da Pati que me esquentou o coração. Fernando Pessoa - Tabacaria. Ei-lo!
Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso ser tanta coisa!
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!
Génio? Neste momento
Cem mil cérebros se concebem em sonho génios como eu,
E a história não marcará, quem sabe?, nem um,
Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras.
(...)
O mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.
Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.
Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,
Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.
(...)
Conquistámos todo o mundo antes de nos levantar da cama;
Mas acordámos e ele é opaco,
Levantámo-nos e ele é alheio,
Saímos de casa e ele é a terra inteira,
"Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo
Não estão nesta hora gênios-para-si-mesmos sonhando?
Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas -
Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -,
E quem sabe se realizáveis,
Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente?
O mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão."
Sensacional. para os realistas da alma, sonhadores e conquistadores o poema completo aqui.
See ya intha streets!
"Música é a brincadeira levada a sério." - Chico Science.
Projeto Música Brasil: “Carta aberta aos músicos e artistas”
“Caros companheiros artistas e músicos do Brasil,
Estamos num momento histórico de mobilização onde todos, ou quase todos estão lutando pela sobrevivência e manutenção da nossa música. Nos últimos dias tenho refletido sobre tudo que passamos nesses últimos meses, anos e décadas, e me veio na cabeça. Quem são os verdadeiros sujeitos disso tudo que está acontecendo na música brasileira, ontem, hoje e amanhã?!
Somos Nós! Artistas! Músicos e autores! Que fazemos desta arte a nossa vida, e no que diz respeito a estilos, gêneros e ritmos. Somos únicos! Sem nós, não existe música…. CD, DVD, Fonograma, rádio, show na televisão, mostra, festival, baile, casamento, carnaval e São João. Não existe nada!
Apesar de respeitar todos que estão participando deste debate, as entidades, os jovens produtores da nova geração, que hoje tem uma organização e discurso forte em prol de uma política cultural mais justa neste país, não vejo os interesses do artista e do músico com equilíbrio nesta balança entre os produtores de festivais, empresários da música, entre outros. Nosso problema é imediato: vivemos do nosso trabalho!
Ao ler o relatório da Rede Música Brasil (leia aqui), percebi que os projetos de maior valor contemplam os produtores de shows e festivais, empresários artísticos, pontos de rede e pontos de cultura, mas não diretamente a sobrevivência do artista. Com a queda brutal do mercado musical como CULTURA, hoje COMMODITIES, com a história desta política de show de graça, etc. e tal não existe subsistência, sobrevivência e sustentabilidade em toda cadeia. Estamos acabando com a iniciativa privada desde país, e ficando escravos dos editais. O funil das gravadoras e empresários artísticos do passado está hoje na máquina pública. Assim nunca construiremos um mercado cultural sustentável e verdadeiro
E honestamente, depois de 40 anos de carreira e de ter tocado no mundo todo, não venham me dizer que festival e mostra de música é única e exclusivamente uma vitrine para quem está começando ou para quem está um pouco sumido da mídia, ou ainda, uma forma de formar público novo. Pois isso é o óbvio. Mas isso também hoje é uma vitrine para o nome do festival, para os produtores e entidades organizadores, para o marketing das grandes empresas e principalmente para o governo. E esses proponentes muitas vezes obtêm fonte de renda que mantêm toda a estrutura de suas empresas através desses editais públicos, estaduais, municipais e federais. Principalmente com dinheiro público e quase 100% sem investimento privado, digo dos pequenos empresários, os proponentes, não das grandes empresas que utilizam esses editais e leis para fazer somente marketing, e não cultura.
Vejam: quase todos os festivais e shows já têm apoio do seu município, do seu estado, (conquista deles é verdade) e muitos da grande iniciativa privada, e quase todos, com a desculpa da promoção e da formação de público não pagam cachê aos artistas e músicos convidados “é divulgação Etc. e tal”, mas não justifica, pois ganha pão, é ganha pão. “Não peçam para eu dar de raça a única coisa que tenho para vender, minha música, minha arte”. (Cacilda Becker)
Isso é jabá institucionalizado, igual às rádios que tanto reclamamos há décadas. Quer tocar aqui é assim, você paga para estar aqui. Absurdooo! E se reclamar não entra mais na rádio, TV e/ou no circuito dos festivais, como temos exemplos de vários amigos artistas que foram excluídos das rádios e dos festivais por se manifestarem contra o jabá e/ou não pagamento de cachês nos festivais pelo Brasil afora. Isso hoje, como há 30 anos vem acontecendo.
Estamos criando outro monstro!?
Gostaria de saber da Funarte e do Minc o seguinte: em todos estes editais, nos trabalhos artísticos e musicais estão previstos o pagamento dos nossos cachês?!
Olhem os valores dos projetos enviados no relatório final da Reunião do Colegiado de Música, CNPC e Rede Musica Brasil:
Edital de Passagens: R$ 5 milhões (Mais dinheiro para levar o artista convidado para tocar nos festivais nacionais e internacionais… lindo! Um custo a menos principalmente para os Festivais Nacionais que já tem o estado, o município, a iniciativa privada, e agora o governo federal, mas cadê o cachê?)
Edital de Festivais: R$ 7 milhões (Mais “dinheiros” para produção dos Festivais Nacionais, Lindo! Vamos melhorar a produção dos festivais, mas cadê o cachê?)
Bacia do São Francisco: R$ 4 milhões (Lindo! Vamos lá! Mas os projetos não têm que ser nacionais? E os outros estados do nordeste, cadê a bacia do Guaíba no sul, bacia do Tietê no do sudeste, Pantanal no Centro Oeste e a Bacia Amazônica no norte?)
Clareira: R$ 2,4 milhão – Lindo! Mas também não é nacional!!?
Banco de Artistas: R$ 1,5 milhão – Lindo! Mas 200 artistas divididos por 27 estados, 7,4 artistas por estado. É isso.?!
Edital de rádios Arpub: R$ 500 mil - Lindo! Mas elas vão pagar direitos autorais ao ECAD?
Congresso: R$ 1,5 milhão – Lindo!
Capacitação + Exportação: R$ 1,9 milhão – Lindo!
Banco de Dados: R$ 1 milhão – Lindo!
Redes de Música: R$ 6 milhões – De novo pontos de cultura. Já não tem dinheiro para isso no Minc? Já temos redes, e mais redes formatadas pelos estados e municípios… isso poderia se reverter em algo mais urgente para a nossa cultura, como formação de músicos, formação de orquestras etc. e tal.
Acredito que ainda é tempo e é imprescindível a classe artística e musical se manifestar nestes editais de R$ 7 milhões, R$ 5 milhões, R$ 6 milhões, e que este dinheiro seja utilizado também para pagar os artistas , músicos e autores nestes festivais, mostras, shows, workshops, já que o resto, os festivais já estão contemplados, e já estão muito bem estruturados.
E, antes de mais nada e independente de qualquer coisa, precisamos que os artistas estejam nas curadorias, nas escolhas dos critérios, junto aos proponentes, de como, e para quem vai este dinheiro, e colocar todos segmentos da nossa música para serem prestigiados por estes editais, tais como: música Erudita, MPB, Instrumental,…e por ai vai.
Abs,
João Parahyba”
*******
Carta publicada na lista de discussão Rede Musica Brasil e liberada pelo autor para sua publicação no Scream & Yell.
*******
João Parahyba começou sua carreira aos 18 anos, na boate Jogral, em São Paulo. Como percussionista contratado da casa acompanhou artistas como Cartola, Clementina de Jesus, e participou de históricas jam-sessions com Hermeto Pascoal, Earl Hines e Michel Legrand. Uma dessas canjas tornou-se frequente: Jorge Benjor no violão, João na timba, Nereu Gargalo no Pandeiro e Fritz Escovão na cuíca. Nascia o Trio Mocoto formado para acompanhar Benjor no Festival Internacional da Canção de 1970. De 1970 a 75 o Trio Mocotó viajou pela Europa com Benjor, participou de gravaçoes como “Pais Tropical”, “Que Maravilha”, “Samba de Orly”, do LP “Força Bruta”, acompanhou Vinicius e Toquinho no show “Encontro” e lançou dois LPs com o Trio Mocotó.
Em 1981 foi para os Estados Unidos estudar composição e arranjo no Berklee College of Music (Boston). De volta ao Brasil iniciou uma sólida trajetoria como instrumentista acompanhando Ivan Lins e César Camargo Mariano. A partir de 1990 se envolveu também com produção e foi parceiro de Mitar Subotic, o SUBA, produzindo projetos independentes e participando da maior parte de seus trabalhos com Arnaldo Antunes, Bebel Gilberto e Edson Cordeiro, entre outros. Em 2000 reuniu o Trio Mocotó e começou a colaborar com artistas da cena eletrônica como DJ Marky, Patife, M4J, Anvil FX. Em 2004, com o Trio Mocotó lançando um novo disco, saiu em turnê por toda Europa. 2007 foi o ano do Trio Atlântico (com Pascal Lefeuvre & Carlinhos Antunes), que excursionou pela França e Espanha. Em 2008, comemorando 40 anos de profissao João Parahyba formou a banda Komanche’s Groove Band e o Quarteto Parahyba Jazz.
Extraído do Scream & Yell.
sexta-feira, 9 de abril de 2010
quinta-feira, 8 de abril de 2010
repetindo frases...
Por que? Respondo com outra pergunta. Quem de nós realmente se comprometeu com o bem maior em toda sua vida. De maneria ativa, além das horas de trabalho, e dos compromissos sociais se sacrificado por alguma mobilização, mudança de comportamento ou ação política? Conheço vários artistas defensores da mudança através da consciência criada pela arte. Bom não tem funcionado at all! então amiguinhos a CULPA é NOSSA! Sem desculpas, sem meias verdades, sem perguntas do tipo: mas por onde eu começo.
Entube a Culpa. Cada criança morta, cada subemprego, cada menor no tráfico, cada voto equivocado, cada político corrupto. Enquanto nós não tiramos o nosso rabo do facebook comemorando a chuva porque não fomos ao trabalho porque está chovendo, pra usar um exemplo reducionista de classe média, pessoas morrem soterradas!
Este não é um post polêmico ou um desabafo pessimista sobre uma situação de estopim. Este é o momento em que eu professo minha falta de esperança na humanidade de maneira ampla e irrestrita. A % dos que se importam e suas ações em função de um mundo melhor são muito menores do que a capacidade dos que tão pouco se lixando em acabar com este mundo e exercer a barbárie capitalista. Então. Chega. não me repito mais. Assumo minha culpa e incapacidade de me doar por mim e pelo mundo e afogarei minha angústia em atividades extra-curriculares.
Te vejo pelas Ruas!
sexta-feira, 2 de abril de 2010
terça-feira, 30 de março de 2010
sábado, 27 de março de 2010
quinta-feira, 25 de março de 2010
terça-feira, 23 de março de 2010
Entre palavras.
sexta-feira, 19 de março de 2010
Brasil. Que grande questão.
Primeiro porque as chances de eu ser bem sucedido nessa minha busca pela verdade é muito parcial, considerando a mídia que temos no Brasil. Depois porque eu represento uma minúscula parcela dos votos de 190milhões de brasileiros que não é envolvido diretamente com política mas se dá ao trabalho; Logo democraticamente falando é quase um desperdício de tempo. Mas pra finalizar acho que vale a máxima do Tim Maia. É isso mesmo. Tim Maia. "O Brasil é o único país do mundo em que traficante usa droga, puta goza fazendo programa e pobre vota na direita".
A pergunta que eu faço é: Você faz parte dos dominadores ou dos dominados? E larga essa mania de grandeza de classe média! Se você não é dono do seu próprio negócio e ele não te rende nem 500 mil por ano, você é dominado. Então amigo você já sabe de que lado da balança você tem que procurar seus candidatos.
Te vejo pelas Ruas!
segunda-feira, 15 de março de 2010
Urubuservando.
sexta-feira, 12 de março de 2010
terça-feira, 9 de março de 2010
Agência Carta Maior
Um artigo extraído de lá para dar um gostinho.
Os fuzis da senhora Clinton
Os Estados Unidos estão relançando sua capacidade de ação militar e de inteligência na América Latina. O Departamento de Estado também trata de reativar seus laços com grupos políticos e econômicos nacionais, bastante enfraquecidos na era Bush.
Breno Altman
O giro sul-americano da secretária de Estado norte-americana é um daqueles fatos ordinários que deve ser lido para além de sua aparente normalidade. Salvo se algo escapar do roteiro original, manterá um discurso público amigável e tratará de problemas delicados com punhos de renda. Mas nenhum observador atento deve cair na esparrela de que a senhora Clinton veio a passeio.
Afinal, a ex-senadora por Nova Iorque joga um papel estratégico no núcleo duro da Casa Branca. Essa relevância vai além do peso relativo da pasta que dirige: na fórmula de governabilidade sobre a qual se apóia Barak Obama, o Departamento de Estado foi cedido à fração democrata mais afeita ao establishment norte-americano e seus poderosos interesses.
Hillary Clinton talvez seja a principal avalista da elite branca e imperial ao governo Obama. Sob sua batuta se agrupam, no terreno das relações internacionais, os movimentos do lobby sionista, da comunidade cubano-americana, dos consórcios que formam o complexo bélico-industrial. Sua autoridade, muitas vezes, eleva-se a de um contraponto ao próprio presidente.
Após discurso no Cairo, em junho de 2009, quando Obama anunciou uma nova era nas relações de seu país com o mundo islâmico, Hillary logo deixou claro que aquelas palavras bonitas eram letra morta. Publicamente assumiu compromissos e adotou medidas que reafirmavam o alinhamento de Washington com a política expansionista de Israel.
Os acenos de seu chefe a negociações razoáveis com o Irã, ao redor da questão nuclear, foram substituídos por escalada verbal e punitiva conduzida pela secretária de Estado. Suas atitudes soterraram esperanças de que poderia nascer uma nova política para a região. O centro de gravidade da estratégia norte-americana continuaria a ser o exercício da pressão político-militar para forçar rendição incondicional à coalizão vertebrada por Estados Unidos e Israel.
Também a América Latina foi cenário desse dueto desafinado entre o presidente e sua assessora. Quem se lembra do Obama generoso que prometia, na 5ª Cúpula das Américas, em Trinidad e Tobago, um relacionamento diferente com seus vizinhos ao sul? As promessas de diálogo e parceria foram desfeitas pelos acordos bilaterais para a instalação de bases militares na Colômbia, a manutenção do bloqueio econômico contra Cuba e o apoio mal dissimulado ao golpe de Estado em Honduras.
Desde então, a influência de Hillary, e dos interesses que representa, só fez crescer. O presidente Obama, atolado na crise econômica e no fracasso da reforma sanitária, perdeu qualquer ímpeto renovador na política internacional. Refém da maioria conservadora de seu próprio partido, na prática delegou à ex-primeira dama o comando da política externa de seu governo.
Pois é nessa condição, de delegada plenipotenciária, que Hillary organizou seu primeiro périplo sul-americano. Vem com algum cuidado, para sentir o pulso da região e diagnosticar possibilidades. Não traz na bolsa projetos acabados, ainda que seu marido tenha sido o principal mentor da falecida Alca. Mas tem um firme propósito: desbravar novos caminhos de hegemonia em uma região na qual os Estados Unidos perderam muito espaço nos últimos dez anos.
O período republicano foi ironicamente positivo para as forças progressistas latino-americanas. A política imperialista comandada por George W. Bush, cujo momento simbólico foi o apoio ao golpe cívico-militar na Venezuela em 2002, teve efeito tóxico sobre o compadrio das elites locais com a grande potência ao norte. Acabou por incentivar uma nova onda nacionalista no continente, um dos afluentes que levaram a importantes vitórias eleitorais dos partidos de esquerda.
A existência de governos progressistas, contudo, não é o único ingrediente constrangedor para a Casa Branca. O avanço na integração regional, por exemplo, culminada com a proposta de criação de uma comunidade latino-americana sem a participação dos Estados Unidos, não faz a felicidade da turma de Washington. Muito menos a emergência de nações, a exemplo do Brasil, que desafia interesses norte-americanos em outras regiões do planeta, como se passa com a questão iraniana.
A senhora Clinton, nessas circunstâncias, está assumindo a tarefa de tentar mudar uma realidade que lhes é desfavorável, de organizar uma contra-ofensiva que possa dividir e derrotar o bloco progressista. Como fazer isso, no entanto, são outros quinhentos. Os Estados Unidos são ainda um país muito poderoso, sob qualquer ponto de vista, mas enfermo.
Aparentemente o alforje da secretária de Estado traz bondades e maldades. Seus gestos associam propostas bilaterais de assistência econômico-social com ameaças desiguais e combinadas contra governos que auspiciam escapar à área de hegemonia norte-americana. Os objetivos aparentes: fortalecer os países aliados (especialmente Peru, Colômbia e Chile), neutralizar as nações mais frágeis, isolar o arco bolivariano comandado pela Venezuela e obrigar o Brasil a negociações em separado e pautadas principalmente pelos interesses de seus grupos empresariais.
Não se trata, parece evidente, apenas de uma estratégia comercial e financeira. Os Estados Unidos estão relançando sua capacidade de ação militar e de inteligência no continente. O Departamento de Estado também trata de reativar seus laços com grupos políticos e econômicos nacionais, bastante enfraquecidos na era Bush, em um esforço para construir alianças que possam se contrapor ao avanço das correntes de esquerda e nacionalistas.
A verdade é que o giro progressista no continente, depois da derrota dos golpistas venezuelanos em 2002, pode se desenvolver em um cenário de recuo da presença norte-americana. A viagem da senhora Clinton, no entanto, eventualmente signifique uma aposta na reversão desse quadro. Se assim for, os governos populares terão que se mover em um terreno de crescentes conflitos e tensões, no qual a aceleração e a radicalização da unidade regional serão indispensáveis para a continuidade do curso aberto com a eleição dos presidentes Hugo Chávez e Lula.
Breno Altman é jornalista, diretor do site Opera Mundi (www.operamundi.com.br)
Te Vejo Pelas Ruas!
segunda-feira, 8 de março de 2010
Dia Internacional da Mulher.
"Uma dama não comenta, mas duas pqp..."
Começando o post alfinetando as homenageadas de hoje. Tá já tomei o sal de frutas agora o post. rs!
Academia Americana de Cinema, aquele lugarzinho fedido e cheio de hipocrisia conseguiu premiar uma diretora e uma obra independente no lugar do diretor do filme mais bombado da história do cinema. Definitivamente não existe mais lugar para o machismo no mundo. Que Bom!
Parabéns para todas vocês mulheres que lutam contra o machismo em suas mais diferentes faces e que não legitimam o mesmo balançando a bunda na tv.
(extraído do blog da Ale)
Vagabundas, gostosas e outras "gracinhas"
Vocês sabem que eu estudei na ECA, a Escola de Comunicações e Artes da USP. A universidade é, por excelência, onde se produz crítica e inovação. Deveria ser. Vez ou outra podemos observar aberrações que chocam ainda mais porque se esperaria outra coisa de "intelectuais" e "letrados".
Mas ainda bem que, se há esses, também há quem se indigne, e não se cale.
Leiam o artigo de Tatiane Ribeiro, estudante de jornalismo da ECA-USP, sobre lastimável fato recente, na esteira das recepções a calouros/as, em que uma organização de estudantes da faculdade - a "Atlética" - engrossa o côro da mesmice do machismo mais tosco e trivial como se fosse "descolado".
Vagabundas, gostosas e outras piadas
(Tatiane Ribeiro)
100 anos do Dia Internacional das Mulheres. Ou seja, no mínimo, 100 anos de luta das mulheres. Conquistamos muitos direitos, e não foi fácil. Mulher, hoje, tem o direito de estudar, votar, trabalhar (mesmo que os índices provem que a mulher ainda ganha menos que o homem na mesma posição - e se for negra, então...).
Mas, hoje, dizem que com a liberalização, com a pílula anticoncepcional etc, a mulher pode se considerar sexualmente livre. Ela pode, enfim, ser dona e responsável por seu próprio corpo, sem ser coagida pelo seu senhor (pai, marido, sociedade). PODE?
Entre os muitos recadinhos, ali está, sem critérios, o "ecana vagabunda... eu bem que avisei". Avisou? A quem? Obrigada por me contar que eu sou uma vagabunda. Obrigada por me contar que você, macho alfa, tem o direito de fazer não importa o que e eu, pobre fêmea da espécie que sou, não posso. Obrigada por me avisar que o ambiente universitário é tão machista e conservador quanto todo o resto da sociedade. É sempre bom ser lembrada que ainda tenho muito por que brigar... e muita passeata, muita luta pelo direito das mulheres.
"Ah, mas é só uma brincadeira". Sim, é uma brincadeira. Mas, vamos aos fatos: é na brincadeira que se pode dizer qualquer coisa que quiser, e tudo bem. É só uma brincadeira. É na brincadeira que as verdades enrustidas podem vir a tona. Porque rir no final é dizer amém, mas ao mesmo tempo, é fingir que não concorda.
Só por brincadeira, quando eu estava no Ensino Médio, sempre que alguma coisa sumia, eu ouvia: "procura nas coisas da Tati, ela é preta!". E só pra se divertir, outros colegas adoram falar de quantos essa ou aquela já pegaram. Mas, olha, são só brincadeiras, nada de mais.
Mas vamos a um fato mais recente: só por brincadeira, certos estudantes de uma universidade PARARAM as aulas, gritando que a colega era uma vagabunda por conta do tamanho da saia que estava usando. E por conta dessa brincadeira, ela se viu obrigada a se trancar em uma sala e ser escoltada pela Polícia Militar para conseguir sair.
Não, não estamos falando da USP. Nela, alunos da Faculdade de Direito escreveram em um jornal do Centro Acadêmico XI de Agosto (em 2005) que homossexualismo é doença e que AIDS é a solução. Mas não se preocupe, foi só uma piada de mal gosto, nada de mais.
E não estamos falando da ECA, porque a Escola de Comunicações e Artes é livre, aceita todos os tipos diferentes. Mas não sem uma piadinha ou outra. Não sem fazer rótulos. Não sem dizer que o curso de Jornalismo tem o ano sim e o ano não. Deixe-me explicar a piada: no ano sim, todas as meninas são lindas e os caras são gays. No ano não, os caras são machos, mas as meninas são barangas.
E é assim, piada a piada, que continuamos numa sociedade machista. Que continuamos fazendo da mulher um pedaço de carne ambulante. Que as dividimos entre as "pra comer" e as "pra casar". E isso não é uma piada. Como não é engraçado ser abordada na rua, ser coagida, ter que pensar numa roupa que não seja provocante de mais, porque senão, depois não reclame...
Enquanto as piadas super engraçadas continuarem passando, ainda teremos homens e mulheres achando que é normal que haja diferenciação de salários, que seja normal que a mulher tenha dupla jornada (no trabalho e nas tarefas femininas da casa). São essas as piadas que perpetuam que a mulher só pode chegar a um grande cargo se transar com o chefe, afinal, teste do sofá nela.
Peço desculpas aos leitores que acham que estou exagerando. A vocês, sugiro que pensem em certezas implícitas: por que as mulheres tem que escolher entre serem bem-sucedidas e terem família? Por que as mulheres não podem andar de decote e/ou saias curtas? E por que elas tem que ter um homem para serem felizes?
Eu dou as respostas:por que as mulheres tem que escolher entre serem bem-sucedidas e terem família? "Essa aí largou os filhos na vida, só pensa em trabalho". Por que as mulheres não podem andar de decote e/ou saias curtas? "Ê, lá em casa!" E por que elas tem que ter um homem para serem felizes? "Ih, a fulana já tem 40 e tá solteirona. Já ficou pra titia..."
Mas não se preocupe, eu estou exagerando... são só piadas...
Então meninas se é que vocês me permitem eu retiro a piada do começo do blog. Perdoem meu machismo, e Feliz Dia Internacional das Mulheres pra vocês!
Te Vejo Pelas Ruas!
sexta-feira, 5 de março de 2010
ukulele
A guria é divertida e ukulele é o bicho! Vale ver a versão de accidentally in love e de keep fishing.
See ya Intha Streets!